A cultura e os costumes dos povos árabes são sempre vistos com certo ar de estranheza por nós aqui do ocidente, muitas vezes por só termos contato com uma parte superficial desse tema, através de matérias na TV, ou dos livros da escola. Muita gente desconhecia a situação das mulheres nessas sociedades, talvez pelas vestimentas que são obrigadas a usar, os niqab, que as "transformam" em uma espécie de sombra ou vulto, e faz com que seus direitos e vontades fiquem perdidos, esquecidos pelo vento.
Felizmente essa realidade começou a mudar, pequenos grupos de mulheres começaram a se organizar e protestar em busca de condições melhores. Uma das vozes mais famosas nessa luta, é a da jovem Malala Yousafzai, mais jovem ganhadora do Nobel da Paz, que mesmo sofrendo represálias daqueles que são contra os direitos das mulheres(que quase tiraram sua vida), jamais se calou, e influencia e encoraja milhares de mulheres na luta por igualdade de direitos e acesso a educação.
O quadrinho de hoje é um relato desse cenário em metamorfose, O Mundo de Aisha traz a história de algumas mulheres iemenitas que, pouco a pouco, com coragem e determinação travam uma batalha por sua emancipação.
O quadrinho é de autoria de Ugo Bertotti, mas tem como base as fotos e entrevista da fotojornalista Agnes Montanari, que morou por um tempo no Iêmen e foi quem teve contato com as mulheres retratadas. Originalmente saiu na Itália, e foi lançado aqui no Brasil em 2015 pela Editora Nemo.
A HQ é dividida em três partes: a primeira traz a história de Sabiha, uma das muitas mulheres vítimas de violência doméstica no Iêmen; a segunda tem como protagonista Hammeda, uma mulher de grande coragem, que desafiou toda a comunidade e com dedicação e empenho fundou um negócio de grande sucesso; e por fim a história daquela que da nome ao quadrinho, Aisha, uma jovem sonhadora, que sente na pele os preconceitos, tem que enfrentar a pressão de se casar o mais rápido possível e desafiar o irmão, que trata Aisha como um objeto que pertence a família.
A arte de Bertotti traz um tom um pouco rústico e estilizado, que lembra outro quadrinho com um tema parecido: Persépolis da iraniana Marjane Satrapi. Em certos momentos o autor resolveu abrir mão do desenho, e inseriu as próprias fotografias de Agnes, trazendo um tom mais documental, lembrando o leitor de que aquelas histórias são reais. A arte também destaca aquilo que comentei acima, de as mulheres em seus niqabs parecerem com sombras: em certos momentos do quadrinho esses véus se juntam as sombras da cidade.
O quadrinho tem um tom esperançoso, e assim como para seus autores, faz com que os leitores também passem a enxergar essas mulheres de uma maneira diferente, algo além do anonimato por trás do véu. Vale a leitura.
Escrever sobre O Mundo de Aisha me fez lembrar de um vídeo muito tocante, que mostra toda a influência da luta e resistência de Malala sobre as outras mulheres em situações difíceis. Tire um tempinho do seu dia e veja:
Obrigado pela leitura, se já leu o quadrinho não se esqueça de comentar aqui em baixo, compartilhe o blog com seus amigos e curta a página do blog no Facebook .Valeu!
Felizmente essa realidade começou a mudar, pequenos grupos de mulheres começaram a se organizar e protestar em busca de condições melhores. Uma das vozes mais famosas nessa luta, é a da jovem Malala Yousafzai, mais jovem ganhadora do Nobel da Paz, que mesmo sofrendo represálias daqueles que são contra os direitos das mulheres(que quase tiraram sua vida), jamais se calou, e influencia e encoraja milhares de mulheres na luta por igualdade de direitos e acesso a educação.
O quadrinho de hoje é um relato desse cenário em metamorfose, O Mundo de Aisha traz a história de algumas mulheres iemenitas que, pouco a pouco, com coragem e determinação travam uma batalha por sua emancipação.
O quadrinho é de autoria de Ugo Bertotti, mas tem como base as fotos e entrevista da fotojornalista Agnes Montanari, que morou por um tempo no Iêmen e foi quem teve contato com as mulheres retratadas. Originalmente saiu na Itália, e foi lançado aqui no Brasil em 2015 pela Editora Nemo.
A HQ é dividida em três partes: a primeira traz a história de Sabiha, uma das muitas mulheres vítimas de violência doméstica no Iêmen; a segunda tem como protagonista Hammeda, uma mulher de grande coragem, que desafiou toda a comunidade e com dedicação e empenho fundou um negócio de grande sucesso; e por fim a história daquela que da nome ao quadrinho, Aisha, uma jovem sonhadora, que sente na pele os preconceitos, tem que enfrentar a pressão de se casar o mais rápido possível e desafiar o irmão, que trata Aisha como um objeto que pertence a família.
A arte de Bertotti traz um tom um pouco rústico e estilizado, que lembra outro quadrinho com um tema parecido: Persépolis da iraniana Marjane Satrapi. Em certos momentos o autor resolveu abrir mão do desenho, e inseriu as próprias fotografias de Agnes, trazendo um tom mais documental, lembrando o leitor de que aquelas histórias são reais. A arte também destaca aquilo que comentei acima, de as mulheres em seus niqabs parecerem com sombras: em certos momentos do quadrinho esses véus se juntam as sombras da cidade.
O quadrinho tem um tom esperançoso, e assim como para seus autores, faz com que os leitores também passem a enxergar essas mulheres de uma maneira diferente, algo além do anonimato por trás do véu. Vale a leitura.
Escrever sobre O Mundo de Aisha me fez lembrar de um vídeo muito tocante, que mostra toda a influência da luta e resistência de Malala sobre as outras mulheres em situações difíceis. Tire um tempinho do seu dia e veja:
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